terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Prefiro produtos portugueses (dia 47)

Confesso que sempre achei a xenofobia uma coisa de outros tempos, fronteiras são convenções, vivemos numa aldeia global. Mas a globalização cresceu à custa do petróleo e energia barata, começamos a ver onde isso nos leva. Estive a ler o manifesto do "Movimento 560" (número indicativo de Portugal no código de barras) e confesso que não comungo da maioria das razões, nomeadamente que o desemprego nacional deriva básicamente de preferirmos artigos estrangeiros mais baratos em vez dos nacionais (mais caros). Sempre me questionei como podem os portugueses, com um salário médio na ordem de 60% do Espanhol, não serem concorrenciais em preços (e até qualidade) em produtos em que somos/éramos exportadores e passamos a deles importarmos. Eu sei que há muita aldrabice (o azeite é um exemplo), mas há um abismo de eficiência e produtividade na maioria dos casos que explica esta disparidade, veja-se a quantidade de empresários Espanhóis que vêm para cá "ensinar-nos" o ofício. E não é protegendo a incompetência/ineficiência de alguns sectores que conseguimos melhorar, a complacência da maioria dos nossos empresários que os faz estagnar tem de levar estes abanões para se actualizarem e organizarem.
Mas não posso esquecer o papel preverso do Estado na distorção da concorrência, nomeadamente com os subsídios (fortes na Espanha), a tributação dos combustíveis que os faz mais baratos nos nuestros hermanos, nos incentivos fortes que dão às suas exportações mercê de desempregos monstros que tiveram de combater. E que a maioria dos produtos estrangeiros tem um custo escondido de combustíveis no seu transporte que eu não posso desconhecer. Alem de que temos os nossos desempregados que são as principais vítimas dum consumismo feroz que não tem olhado para o lado humano desta cadeia, nesse sentido sinto-me mais solidário que com com os desempregados estrangeiros, e nisso comungo com este movimento.

Resumindo: não subscrevo exactamente as razões, mas adiro a este movimento de "apoiar a produção nacional" preferindo as marcas e produtos portugueses. Como saber quais são? "Quase todos os produtos portugueses começam por 560 no código de barras" mas existem "códigos proprietários com um formato diferente (não têm 13 dígitos)", em que se tem de ler na embalagem (made in Portugal) alem de ser indicado na maioria das tabuletas dos frescos o país da proveniência.

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