terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Como conseguir comer saudável com custos em tempo e dinheiro aceitáveis?

A Erika respondeu em 28/1 ao meu post da véspera (Renunciei aos congelados) com este comentário:
“Mais uma vez, digo-lhe que concordo com os seus argumentos...Mas a verdade é que não é realmente possível - e não se trata de ter mais ou menos imaginação ou darmo-nos a mais ou menos trabalho - viver a "vida moderna", na cidade, a trabalhar num escritório, com filhos pequenos na escola, etc, etc, fugindo de tudo isso de que fala.
As crianças comem na escola, nós comemos fora de casa, os nossos próprios horários não são os biológicos mas os impostos, nada é como deveria ser no Jardim do Eden, mas apenas o que se consegue, na melhor das hipóteses, hoje em dia.
Se não, dê-me exemplos do que poderiam/deveriam ser os nossos almoços fora de casa e os jantares em casa e onde é que tinha tempo para os preparar como "deve ser". Grata.”

Pensei maduramente na resposta a dar, e cheguei à conclusão que não há resposta, há múltiplas respostas e eu não as conheço todas, nem talvez as melhores. Claro que não vivemos no Jardim do Eden, este modo de vida está todo errado em termos ecológicos, naturais, de saúde.
Mas como é fácil para mim, sem grandes condicionalismos, estar a arrotar postas de pescada, proponho abrir o debate pois sinto que é este o drama actual de muita gente que se violenta nos seus princípios em prol duma sobrevivência física e social.Assim a pergunta da Kia, estendo-a a todos os leitores do Blogue ou da comunidade.

A Mónia no mesmo dia deu-lhe uma sugestão- trazer comida caseira para o trabalho:“Concordo com o Sérgio na parte de que é possível encontrar alternativas e concordo com a Kya na parte de que quem come fora de casa tem a tarefa dificultada.

Eu tenho a sorte de poder trazer comida caseira para o trabalho, mas só o faço porque o meu namorado me ajuda na preparação da comida..."

Eu tenho outra sugestão: a comida pode ser cozinhada para vários dias, sempre é melhor comer aquecido que porcarias. Não, não o recomendo no micro-ondas (lá se ia o benefício), há algo que recomendo, é barato e muito prático, põe a comida fresca, preserva a comida que fica com aspecto e gosto fresco: a panela de vapor.

Há máquinas eléctricas (vários modelos desde 30€ aqui) que eu só recomendo para quem tiver fogão eléctrico ou para levar para o trabalho (dispensa o fogão, se este não existir e lava-se muito bem, utilizei um no bar onde trabalhava).

Há vários outros tipos de utensílios que se adaptam em panelas, como se vê na imagem: nunca usei as cestas chinesas porque me parecem passíveis de acumular comida nos interstícios. Há cerca de 20 anos comprei a minha primeira borboleta (à esquerda) que se abre para se adaptar a quase qualquer tacho. Tem o inconveniente de se estragarem porque as asas tendem a se desencaixarem da base. Há muitos preços e qualidades, encontro-as desde 10€ a 16€ em qualquer supermercado. Mas a minha preferência vai para o tacho furado que se encaixa em 2 ou 3 larguras de tachos normais. Está sempre impecável, e custa tanto com uma borboleta do mesmo tamanho. Tal como as chinesas, podem-se encastelar umas nas outras e há-as de vários diâmetros. Só as encontro no Corte Inglês ou vendidas junto com o tacho-base, o que fica mais caro e normalmente só dá para aquela medida de tacho.

Então é assim: não vou falar de Os benefícios da cozinha a vapor sobejamente conhecidos, antes da utilização dos mesmos utensílios para aquecer refeições previamente feitas. Ao mesmo tempo pode-se cozinhar em baixo ou aquecer alimentos líquidos (sopa) e quase no fim da cozedura colocar um andar (ou mais) de comida pré-preparada que fica (quase) como feita na hora.
Recentemente aprendi que se pode também ao mesmo tempo que aquece, cozer a vapor, por ex. legumes tenros ou mesmo duros se os colocarmos um tempo antes de juntar a outra comida. Assim juntamos comida fresca à requentado, é mais saudável.

Posso dizer que, para mim, isto representa um economia de mais de 50% do trabalho de cozinhar: cozinho em média para 3 almoços (1h- 1:30h) e aqueço nos 2 dias seguintes (enquanto ponho a mesa). À noite vario: faço uma sopa rápida de miso (com vegetais previamente cozidos, eventualmente acrescento um legume tenro e umas massinhas de confecção muito rápida) ou simplesmente bebo um chá com pão com qualquer coisa, como pouco à noite (o que é saudável).

Espero que este meu segredo, que uso há cerca de 20 anos sem problemas, possa dar uma ajuda. E que haja mais sugestões construtivas, nomeadamente para crianças.

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