sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Desligar o congelador (8º dia)



A Ema resolveu desligar a arca congeladora por razões ecológicas conservando o congelador do frigorífico. Eu resolvi fazer como a Vanessa que por razões de poupança de energia e de saúde resolveu desligar o congelador do seu frigorífico. Ela chamou-me a atenção que o seu aparelho (como vim a descobrir, o meu também) tem dois reguladores autónomos. Descobri ainda que desligando o do congelador, este mantém a sua temperatura igual ao do resto do frigorífico, o que dá jeito para ter as sobras (sempre em tuperwares de vidro) e frascos pesados.

Porque não me lembrei disso antes, pois se eu NUNCA uso nada congelado, nem sequer gelo (é preciso dizer que tinha guardado nele uns congelados da dona da casa , cedida, onde vivo)? E digo-o há mais de 20 anos, quando me foi detectado uma doença de crohn (os meus irmãos também a têm) que, dizem alguns estudos, só passou a existir em países subdesenvolvidos após e na medida da introdução dos frigoríficos. Não sei se é verdade, mas não deve ser coincidência que fui operado ao intestino após uma paragem de digestão provocada por uma refeição de bolinhos de bacalhau congelados. E que sempre que, mesmo sem o saber, tomo algo que foi congelado, para-me a digestão. Ok, dirão vocês, isso é um problema muito específico duma doença rara, que tenho a ver com isso?

Não quero pregar no deserto, nem falar de outras pessoas que conheço e que viram as suas vidas afectadas por causa dos congelados. Estudei o processo de (des)congelamento e os seus efeitos nos alimentos de fontes insuspeitas, das quais indico algumas que, não sendo contra (algumas antes pelo contrário), dizem com alguma honestidade como se dão os efeitos nocivos em termos de paladar, textura e contaminação dos congelados, sobretudo se não forem respeitadas as temperaturas e o processo, o que QUASE NUNCA acontece:
Wikipedia (só em Espanhol)
• VivaSaúde: Alimentos congelados são saudáveis?
Como congelar alimentos

Não nos enganemos. Os congelados junto com os enlatados e pré-cozidos são o núcleo da junk (ou fast) food, cumprem bem a função dessa dieta moderna, que consiste numa alimentação altamente calórica, porém rápida. Junk significa lixo, andaremos nós a evitar fazer lixo comendo-o? Será que os efeitos desse afastamento da natureza, de milhares de séculos em que o homem se acostumou a um padrão alimentar do qual nos afastamos nos últimos anos não está a trazer uma factura de doenças que nem sonhamos a causa? Qual é a causa da maioria das doenças da civilização (como o Crohn, o sindroma de fadiga cronica, as diabetes e outras) perguntei eu a dezenas de médicos: desconhecida é quase sempre a resposta.

Já não falo do sabor perdido, da textura do bacalhau que mesmo seco foi já congelado em alto mar na maioria dos casos, dos fumados industriais que, quase todos, são feitos de carnes previamente congeladas e que tantos problemas gastro-intestinais provocam.

“Congelado como eu nunca cheiras a ferro” dizia um peixe tipo Nemo numa publicidade que nos anos 60 surgiu na TV no início da era dos congelados. Nunca percebi o cheiro a ferro no peixe fresco mas a textura escangalhada, o sabor pastoso e o mau gosto de alguns peixes congelados que comi ao longo de mais de 30 anos, isso lembro.

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